Uma breve viagem por Riga – Letônia

Postal Riga frente Postal Riga verso

Oi, galera! Hoje irei falar sobre a minha estadia em Riga, capital da Letônia (Latvia em inglês), país situado às margens do Mar Báltico. Foi bem rápida, praticamente um dia e meio, pois cheguei dia 07/09/15 à noite e saí na manhã do dia 09/09/15, mas consegui conhecer os principais atrativos da cidade.
Esta cidade ficou sobre o controle da Rússia entre 1710 e 1918, quando a Letônia proclamou sua independência, a qual não durou muito tempo, pois em 1940 foi ocupada pelo exército soviético e, pouco tempo depois, pelos Nazistas. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os soviéticos voltaram a ocupar a Letônia. O país só recuperou sua independência em relação a ex-União Soviética em 1991. Em 1995 o centro histórico de Riga entrou para a lista de patrimônio cultural da UNESCO e em 2014 a cidade foi nomeada capital da cultura da Europa.

Apesar disso, até pouco antes da viagem, eu não sabia praticamente nada sobre esta cidade. Sabia da existência da Letônia e dos países Bálticos, mas não sabia qual era a capital. Carina, minha amiga e parceira de viagens, foi quem me recomendou, pois viajou para lá há pouco tempo. O fato de ter vôo direto desde Liverpool e o atrativo preço da passagem aérea me convenceram a começar a viagem por Riga.

O deslocamento do aeroporto para o centro histórico é relativamente fácil e ele não fica muito longe. O hostel em que me hospedei, Naughty Squirrel(1), me enviou a explicação detalhada de como chegar lá, tanto em ônibus, quanto em táxi. Como cheguei a noite (23:00h) e não havia mais ônibus (o último sai às 22:30), optei pelo táxi (€11.50). A minha sorte foi que o Hostel disse exatamente o que eu deveria dizer para o taxista (na língua deles), pois o taxista não falava bem inglês (assim como a maioria dos nativos, principalmente os mais velhos!) e ele também não sabia onde ficava a rua. Após falar a frase mágica indicada pelo hostel, o taxista o encontrou rapidinho, mas já era um pouco tarde e resolvi guardar forças para bater perna no dia seguinte, por isso fui logo dormir após realizar o check-in.

Adorei o hostel! Os quartos são ótimos e cada cama das beliches possui uma cortininha, que garante maior privacidade, além de uma luminária, tomadas e uma prateleira, muito legal! Fiquei em um dormitório misto de 8 camas e o banheiro era externo e compartilhado. Mas a quantidade era ótima e estavam sempre limpos! A localização dele é muito boa também, em pleno centro histórico, perto das principais atrações turística, do shopping center, da rodoviária e do mercado central. Suas áreas de convívios também são ótimas, tem uma cozinha coletiva, junto do bar, uma sala de leitura e computadores e um salão de jogos. Eles recebem o hóspede com um shot de boas vindas de uma bebida local: Black Balsam. Algo bem estranho e bem forte! A galera é bem animada! Eles organizam vários eventos, passeios e o pub crawl, além de um happy hour diário no bar do hostel. Foi uma das acomodações que mais gostei nessa viagem.

Bebida típica da Letônia, Black Balsam, servida como bebida de boas vindas aos hóspedes do Naughty Squirrel
Bebida típica da Letônia, Black Balsam, servida como bebida de boas vindas aos hóspedes do Naughty Squirrel

No dia seguinte a minha chegada, peguei as dicas e o mapa na recepção do hostel e fui bater perna pelo centro histórico. Uma dica que achei muito importante foi sobre o free walking tour, pois ela sugeriu que eu fizesse o tour do subúrbio e não o convencional de Riga Velha. Para quem tem pouco tempo na cidade isso faz toda a diferença, já que a pessoa consegue conhecer o centro histórico tranquilamente com um mapa na mão e em pouco tempo, pois ele é bem pequeno. Além disso, a cidade foi bastante destruída na Segunda Guerra Mundial, portanto a maior parte das construções, as quais aparentam ter séculos de idade, foram construídas após a década de 1950. Já com o tour pelo subúrbio a pessoa tem a possibilidade de conhecer áreas da cidade que não são mostradas na maioria dos mapas turísticos, mas que são de grande importância para a história da cidade. Os free tours de Riga Velha começam às 11:00h) em frente à entrada principal da Igreja São Pedro e o do subúrbio com o Centro às 12:00h no mesmo lugar.

Aproveitei a manhã para passear por conta própria por Riga velha, apesar de estar chovendo. Fui às principais atrações turísticas:

  • a Igreja de São Pedro(2), com as estátuas dos animais na lateral, conhecida como a estátua dos Músicos de Bremen, presente dos alemães, e muito procurada pelos turistas que buscam boa sorte ao alisar os focinhos;
Fachada principal da Igreja São Pedro
Fachada principal da Igreja São Pedro
Estátua dos músicos de Bremen com os focinhos brilhando de tanto as pessoas alisarem em busca de sorte!
Estátua dos músicos de Bremen com os focinhos brilhando de tanto as pessoas alisarem em busca de sorte!
  • a Praça Livu(3), rodeada por cafés, restaurantes e alguns prédios famosos, como a Casa dos Gatos(4), edifício em estilo Art Noveau com estátuas  de gatos pretos no telhado, e a Pequena e a Grande Guilda de artesãos;
Praça Livu, rodeada por restaurantes e cafés
Praça Livu, rodeada por restaurantes e cafés
Casa de gatos, um dos prédios ao redor da praça Laukums
Casa dos gatos, um dos prédios ao redor da praça Laukums
  • Catedral do Domo(5)
Catedral do Domo de Riga
Catedral do Domo de Riga

Tirei fotos, olhei os souvenirs, até que deu a hora do tour do meio dia. Voltei para a Igreja São Pedro e fiquei esperando, mas não vi nenhuma placa, até que apareceu um cara de jaqueta e gorro laranja com uma maleta amarela. Achei meio estranho, mas fiquei na minha. Até que ele veio me perguntar se eu estava esperando o tour. Era o guia! Ele explicou o porquê do tour dele ser diferente: já existem muitos tours na Riga Velha; a verdadeira história de Riga, e a mais interessante, fica fora da cidade velha.
Ele explicou que a cidade velha foi construída sobre areia e que por lá passava um rio que foi aterrado. A verdadeira cidade medieval de Riga está cerca de 3m abaixo da atual, pois para evitar as inundações, foi preciso elevar o nível da cidade. Hoje não resta mais quase nada da antiga muralha.
Saindo da cidade velha, fomos para o Mercado Central(6), o qual tem a feira na parte externa, internamente, tem o galpão dos laticínios, o das carnes e o dos peixes. Achei muito organizadinho e limpo.

Mercado Central
Galpões do Mercado Central
Mercado Central de Riga por denro
Mercado Central de Riga por denro

Seguimos para o subúrbio, local de moradia do proletariado, tanto na época em que a cidade era um grande distrito industrial (após a construção da ferrovia e até o início da Primeira Guerra Mundial), como atualmente. Nessa região, predominam as construções em madeira, inclusive uma igreja: a Igreja de Jesus(7). O guia disse que, para se defender dos invasores, já que a cidade era plana e bem suscetível a invasões, assim que o inimigo se aproximava, eles queimavam o subúrbio, e junto vários moradores. A igreja, inclusive, foi queimada e reconstruída 3 vezes!

Uma das várias casas de madeira do subúrbio de Riga, local habitado, predominantemente, pelo proletariado
Uma das várias casas de madeira do subúrbio de Riga, local habitado, predominantemente, pelo proletariado
Igreja de jesus - toda construída em madeira. Inacreditável!
Igreja de jesus – toda construída em madeira, inclusive os pilares. Inacreditável!

Em meio a essa região, está o “bolo de aniversário de Stalin”, um edifício que foi construído para ser um presente para ele, sendo que o ditador morreu antes dele ficar pronto. Hoje funciona a Academia de Ciências(8). O guia disse que, para não contrastar com as igrejas do centro, ao observar de longe, os arquitetos incluíram uma ponta semelhante as das igrejas barrocas no topo da torre. Esse prédio foi construído em outras cidades também.

Academia de Ciências - o "Bolo de Aniversário de Stalin"
Academia de Ciências – o “Bolo de Aniversário de Stalin”

Atravessamos a estação de trem e chegamos a um bairro totalmente diferente, o centro da cidade(9). Impressionante como cada área da cidade tem um estilo arquitetônico diferente. Ele foi nos mostrando os exemplares de Art Nouveau, movimento da Arquitetura que foi bastante forte na Letônia, e é caracterizado pelos adornos e a riqueza de detalhe nas construções.

Um exemplo de edifício Art Nouveau
Um exemplo de edifício Art Nouveau que ainda mantém algumas características originais

Passamos pelo Vermanes Garden(10), que, segundo o guia, foi a primeira área verde da cidade e hoje é um parque que fica aberto 24hs.

Vermanes Garden
Vermanes Garden

Seguimos para o parque Bastejkalns(11), lindíssimo por sinal, onde fica a monumento à liberdade(12) deles e a Ópera Nacional(13). E foi ali que acabou o tour, que durou 2,5h e foi muito legal, pois ele nos contou histórias muito interessantes.

Parque Bastejkalns - uma maravilha de área verde construída no local das antigas muralhas da cidade
Parque Bastejkalns – uma maravilha de área verde construída no local das antigas muralhas da cidade

 

Monumento à Liberdade
Monumento à Liberdade
Ópera Nacional
Ópera Nacional

Continuei meu tour sozinha e fui conhecer a Catedral Ortodoxa de Riga(14) e fiquei maravilhada. Uma pena que não podia tirar foto dentro, mas o colorido (tons pastéis) e os detalhes em dourado tornam a igreja muito peculiar. Bem diferente das igrejas católicas que estamos acostumados.

Catedral Ortodoxa de Riga - sua beleza (por dentro e por fora) me deixou impressionada!
Catedral Ortodoxa de Riga – sua beleza (por dentro e por fora) me deixou impressionada!

Já era quase 15:00, hora de comer! Segui o conselho da recepcionista e do guia e fui provar comida típica e cerveja da Letônia no restaurante Ala(15), em Riga Velha. O lugar é gigante e bem diferente. Fica no subsolo e parece uma taverna medieval. O guia havia dito que, apesar do que todos dizem, a comida típica de Riga não é a batata, já que ela foi introduzida na Letônia pelos sul-americanos, apesar de que muitos pratos são a base de batata, mas o típico mesmo é o peixe. Por isso, escolhi um filé de bacalhau do Báltico com purê de ervilha, feijão amarelo, molho de queijo e sour cream (€6,30). Deliciosoooo! Fazia tempo que eu não comia algo tão saboroso. Só que eu esperava uma porção maior, já que o guia também disse que a comida da Letônia é conhecida pelas grandes porções. Todavia, fiquei muito satisfeita e o preço era bem justo. Mega recomendo o restaurante!

Restaurante Ala - comida típica e cervejas locais
Restaurante Ala – comida típica e cervejas locais
Maravilhoso almoço no restaurante Ala: bacalhau com purê de ervilha, feijão amarelo, molho de queijo e sour cream
Maravilhoso almoço no restaurante Ala: filé de bacalhau do Báltico

Fui conhecer as margens do rio Daugava(16), passeando pelo calçadão, observando as belas pontes, e voltei para Riga Velha para visitar as partes que não havia visitado. Foi quando encontrei o Museu da Ocupação da Letônia(17), que eu achava que estava fechado, mas soube depois que estava aberto, e, logo atrás, uma praça bem agradável, a Praça da Prefeitura(18), com um prédio bem diferente (“House of the Blackheads”(18)) que funciona atualmente como escritório do Presidente. A “House of the Blackheads”, originalmente conhecida como “New House” (Casa Nova), foi construída em 1334 e reconstruída diversas vezes ao longo do tempo, inclusive após a Segunda Guerra Mundial. A sua aparência atual é resultado de uma restauração concluída em 1999. Juntamente com o edifício da Prefeitura, forma um dos principais cenários para fotos em Riga Antiga.

As margens dos Rio Daugava - passeio muito agradável!
As margens dos Rio Daugava – passeio muito agradável!
Museu de Ocupação da Letônia!
Museu de Ocupação da Letônia
Praça da Prefeitura de Riga
Praça da Prefeitura de Riga
"House of the Blackheads"
Edifício da Prefeitura e a “House of the Blackheads”

Antes de voltar para o Hostel, passei na  Galeria Center(19), o Shopping de Riga Velha. Muito bonito e com uma grande variedade de lojas, incluindo grandes grifes, souvenirs e um supermercado no térreo.

Galeria Center - shopping center em pleno centro histórico de Riga
Galeria Center – shopping center em pleno centro histórico de Riga

Após uma breve soneca, me arrumei e fui para a área de convívio do Hostel, onde várias pessoas aguardavam os shots do pubcrawl. Conheci várias pessoas: indiano, irlandeses, belgas, espanhóis… Foi muito legal. No final, éramos quase 30 pessoas! Fomos para o primeiro bar, que, na verdade, era o Hostel irmão do meu. Muito legal! O bar era uma combi com uma imensa variedade de cervejas. Ganhamos uma lá. Depois fomos para a segunda parada, Tim Mints, um bar muito agradável com bebida barata! Em seguida, fomos para um karaoke (Funny Fox Bar), mas achei meio apertado. Porém a galera já estava mais entrosada e foi legal. A ultima parada era em um Club logo em frente ao karaoke, entrei rapidinho para olhar, não gostei e fui embora, afinal no dia seguinte partiria para Vilnius.

Saboreando meu Bloody Mary no Funny Fox Bar
Saboreando meu Bloody Mary no Funny Fox Bar

No meu último dia, fiz meu check out e fui tomar café da manhã no Mercado Central, já com minha mala na mão. Não foi muito fácil, pois eles não falam bem inglês e não são muito pacientes. Fui para a parte dos salgados e comprei um pão gigante coberto com queijo (“Rulete a sieru”). Em seguida, fui para a rodoviária, logo em frente ao mercado, e peguei meu Ecolines para Vilnius. Ônibus mega confortável! Com tv individual, Wifi, serviço de bordo, além de um ótimo preço.

Opções de salgados no Mercado Central de Riga
Opções de salgados no Mercado Central de Riga
Meu café da manhã: "Rulete a sieru" - tipo uma pizza de queijo (bastante queijo!)
Meu café da manhã: “Rulete a sieru” – um pão gigante coberto com bastante queijo

mapa Riga editado

SITES ÚTEIS:

www.LiveRiga.com

http://www.rigatraveller.com

http://www.thenaughtysquirrel.com

4 comentários

  1. Nossa Rafa, pesquisando sobre esses 3 países dos bálticos para minha filha, que vai para lá, fiquei maravilhada, seu roteiro é muito bom e estou passando para ela. Espero que dê certo para ela também e aproveite como você aproveitou! Boas viagens para você!

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