A encantadora Quito – capital do Equador

Oi, pessoal!

O post de hoje é sobre a viagem que fiz em setembro de 2023 para um destino que me surpreendeu enormemente: o Equador. Foram sete dias nesse país incrível! E como resolvi ir pra lá?! Do nada! Haha! Eu tinha uma passagem para Lima remarcada (ainda da época da pandemia), mas, apesar de ter adorado o Peru, queria conhecer um novo destino, por isso comecei a procurar voos saindo de Lima. Fui surpreendida com um voo da Latam para Quito cuja passagem estava super atraente e consegui comprar com poucas milhas. A desvantagem dessa passagem era que só tinha direito a uma mochila. Isso mesmo! Nem a malinha de mão de 10kg estava inclusa. Não tive dúvidas! Arrumei minha mochilinha e parti!

Minha bagagem para 7 dias no Equador

Na ida eu pernoitei em Lima. Reservei uma noite no hostel Paypurix Lima Airport, que fica bem pertinho do Aeroporto Internacional Jorge Chávez. Ele é bem simples, mas como era só para dormir, me atendeu bem.

No dia seguinte, peguei o voo logo cedo para Quito. Chegando ao aeroporto da capital equatoriana, o Aeroporto Internacional Mariscal Sucre, aproveitei para almoçar por lá mesmo, pois achei os preços super justos. Comi o equivalente a um “PF (prato feito)” nosso com carne por U$ 6.00, mas depois descobri que esse valor é considerado caro para os equatorianos.

Um parênteses para explicar a questão da moeda do Equador. Desde o ano 2000, a moeda oficial deles é o dólar americano, o que achei bem prático! Fiquei mais feliz ainda quando percebi que, apesar de usarem essa moeda que está tão valorizada para nós brasileiros, os serviços e os produtos no Equador são muito mais baratos que aqui no Brasil. Ao longo deste post, vou colocando os valores e vocês vão entender melhor!

Apesar de ter ido em um momento tenso do ponto de vista da política e da segurança, pois um dos candidatos à presidência do país tinha acabado de ser assassinado e alguns atentados ocorreram em seguida, me senti bastante segura. Apenas evitava sair sozinha pela noite no centro histórico, onde me hospedei, pois ficava bem vazio, mas, durante o dia, era bem movimentado e o policiamento estava sempre presente.

Não fui com roteiro pronto. Fui montando a cada dia. Visitei Quito e um pouco do seu entorno, além de Baños, cidade a 4 horas da capital equatoriana, conhecida por ser um destino de aventura. Neste post focarei em Quito e, no seguinte, falarei sobre as aventuras por seu entorno e em Baños.

Dentre as três opções que pesquisei para ir do aeroporto para o Centro Histórico, escolhi o ônibus da Aeroserviço (U$ 13,50, ida e volta) que leva até o Parque Bicentenário. De lá, peguei um Uber (U$ 5) até o hostel, totalizando uma hora de viagem. As outras opções eram o ônibus “de linha”, que sairia muito mais barato, pois as passagens de ônibus em Quito são surreais de barata, custam menos de U$0.50. Mas, além de ser uma viagem mais longa, seria preciso trocar de ônibus no terminal, o que, depois eu vi que era bem simples. Não achei que valeria a pena ir de Uber, pois só ganharia 15 minutos e estava custando U$25.

Transfer do aeroporto com o ônibus da Aeroserviço

E foi aí que cheguei ao melhor hostel em que me hospedei na vida! Ficaria tranquilamente hospedada ali por meses, assim como alguns europeus que conheci lá. Estou falando do Hostel El Viajero Quito, super bem localizado para aqueles que se hospedam no Centro Histórico, com diversos pontos turísticos por perto e muito bem servido de transporte público. Ele funciona dentro de dois belíssimos casarões históricos que foram maravilhosamente reformados, garantindo conforto e acolhimento aos hóspedes. Diversas opções de lazer: um amplo espaço de jogos (onde, 3 vezes por semana, ofereciam aulas gratuitas de yoga), bar e até uma cervejaria, que oferece degustações semanais; um belíssimo pátio central onde os hóspedes interagem; um restaurante maravilhoso com um cardápio variado e que oferece um café da manhã (U$4) delicioso e reforçado.

Bar do Hostel
Espaço para prática de yoga
Galera do hostel na degustação de cervejas
Restaurante do Hostel
Café da manhã no pátio externo do hostel

Uma das atividades que mais gostei no hostel foi a aula de culinária. Nos ensinaram a fazer Corviche com Abacora (peixe) e banana da terra, que é um tipo um croquete de peixe com massa de banana da terra verde. O recheio de peixe leva cebola, pimentão, pimenta, cheiro verde e manteiga de amendoim. Na massa vai a banana ralada, sal, temperos, um pouco de manteiga de amendoim, a verdurinha e achiote (um molho a base de urucum). Acompanha um molho de pimenta com tomate e o resto do recheio misturado com mais manteiga de amendoim. Ficou uma delícia!

Ingredientes para a aula de culinária do hostel
Corviche com Abacora (peixe) e banana da terra

Os quartos, que podem ser dormitórios coletivos ou quartos privativos, são muito confortáveis. Fiquei em um dormitório feminino com seis camas (U$9 a diária) com um banheiro privativo (só para as meninas do quarto). As camas ficam em cabines, com um colchão maravilhoso, luz de cabeceira, tomadas e prateleiras internas, com uma cortina que garante a privacidade. O banheiro, com uma ducha maravilhosa, estava sempre limpo e, não sei se dei sorte, mas, em nenhum momento, precisei esperar para usá-lo. Também dei sorte com minhas companheiras de quarto, pois viraram minhas parceiras de viagem.

Minha caminha por alguns dias

Na minha primeira noite, fui jantar com duas delas, a Frejas (dinamarquesa) e a Evelien (holandesa) no restaurante Hasta La Vuelta, Señor! Foi uma indicação da recepcionista do Hostel. Fica próximo ao hostel, na Plaza Grande. Ele é lindo, mas é bem turístico. Pedimos alguns petiscos para compartilhar e cada uma pediu uma bebida, ficando U$14 para cada ao final. Depois descobrimos que esse valor é considerado muito caro no Equador, por isso que só tinham turistas.

Restaurante Hasta La Vuelta Señor
Jantar no restaurante Hasta La Vuelta Señor com as companheiras de quarto no hostel
Petisco que escolhemos (não pediria de novo)

Como costumo fazer, comecei a viagem com um Free Walking Tour pelo Centro Histórico de Quito. O ponto de encontro foi no Hostel e nosso guia nos levou pelos principais pontos do centro, contando as histórias, além de nos apresentar algumas iguarias locais. O tour começou pela Praça da Independência, conhecida como Plaza Grande, com alguns marcos da Independência do país, que ocorreu em 1822, quando o Equador deixou de fazer parte da Grande Colômbia. Em um dos lados da praça fica o Palácio do Governo, sede da Presidência da República, e em outro a Catedral Metropolitana de Quito.

Plaza Grande
Palácio do Governo
Catedral Metropolitana de Quito

Da praça avistamos uma imensa escultura no topo de um monte, parece um anjo, mas é a Estátua da Virgem Maria do Apocalipse (Virgem de El Panecillo), a maior estátua de alumínio do mundo, com 41 metros de altura (já contando com os 11 metros da base).

Estátua da Virgem Maria do Apocalipse vista do Centro de Quito

Entramos em um dos prédios do entorno da Plaza Grande, onde ele nos deu mistelas para provar. É um doce típico recheado com bebida alcoólica, ela explode na boca. Provei a de cachaça.

Provando mistelas de cachaça

Seguimos pelas ruas do entorno, passando pela Igreja de Ouro (Companhia de Jesus) em estilo barroco e pela Praça São Francisco, onde fica o convento de mesmo nome, com a igreja mais antiga e que foi construída no lugar de um templo Inca.

Fachada da Igreja de Ouro
Praça São Francisco
Igreja São Francisco

O tour terminou na loja da fábrica de chocolates Yumbo, onde tivemos uma verdadeira aula sobre essa iguaria, com direito à degustação de chocolates maravilhosos e com sabores inusitados, como o de manga com pimenta e o de capim limão, por exemplo.

Loja de chocolates Yumbo, onde fizemos a degustação

O nosso guia era muito legal e nos deu muitas dicas, mas o melhor de tudo foi a galera. Fui com a Evelien (holandesa) e lá conhecemos dois casais bem legais, sendo um da Inglaterra (Emma e Matt) e outro da Holanda (Flor e Leo).

Nosso guia e meus novos amigos de viagem

Após o tour, Evelien, Emma, Matt e eu fomos almoçar em um restaurante próximo à loja de chocolate, o Nuestro Legado, que foi meu restaurante favorito da viagem. Comida simples, local, com um tempero maravilhoso e muito barato. Se eu achei barato, imagine os europeus! Pedimos o menu do dia com um pratão de sopa de lentilha com carne de entrada, um “PF” de carne e um suco de fruta por inacreditáveis U$2.50. Eles também possuem um cardápio bem variado com vários pratos típicos, voltei alguns dias depois para provar o tigrillo (U$3), que lembra um cuscuz paulista com ovo frito, minha comida favorita da viagem!

Restaurante Nuestro Legado
Almocinho com meus novos amigos de viagem (Emma, Matt e Evelien)
Cerveja local e sopa de entrada
Tigrillo

Outro restaurante local bastante indicado e disputado pelos populares no Centro Histórico é o La Tradicion, bem perto da Plaza Grande. Fiquei de olho no que estava sendo mais pedido e pedi a mesma coisa: combo de ceviche de peixe e camarão (acompanhado de arroz e pipoca), que vinha com uma sopa de entrada e um suco (U$2.50). A comida é bem simples, mas estava bem boa.

Restaurante La Tradición
Ceviche com pipoca

Ainda falando de comida, eu me aventurei bastante nas comidinhas de rua e nas que vendem dentro dos ônibus, como as empanadas (a maioria frita) e os bolinhos de batata com ovo (U$0,50).

Comidinhas de rua: bolo de batata com ovo
Minhas aventuras gastronômicas nas viagens de ônibus

Não explorei a vida noturna, pois a recomendação era não sair à noite por questões de segurança, devido aos atentados recentes. Mas, nas proximidades do hostel, existem algumas ruas com restaurantes e bares.

Um ponto turístico que não deu para visitar, pois estava fechado (abriu no dia que eu estava voltando para o Brasil), foi o Teleférico de Quito, no alto da Cruz Loma. Uma amiga que estava no hostel fez o passeio e disse que vale muito a pena.

Fui sem expectativa alguma para o Equador, mesmo porque não pesquisei muito. Só fui! Lembrava que Fausto, um amigo meu, tinha ido e recomendou bastante! O Equador me surpreendeu positivamente, tanto pelas belezas naturais, pelo Centro Histórico, pela simpatia e honestidade (não que eu achasse que eles eram desonestos, mas eles são muito certinhos com os turistas) das pessoas e pelo custo-benefício. Adorei Quito, mas fiquei encantadíssima pelo entorno e por Baños, que serão apresentados a vocês no próximo post!

Até a próxima!

MAPA:

OUTROS POSTS SOBRE O EQUADOR:

Os vulcões e a Metade do Mundo – Equador

Baños – Equador, a cidade das termas e de aventuras

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