Olá, pessoal!
Em 2024, resolvi levar minha mãe para visitar Roma, cidade que ela havia visitado há mais de 50 anos. Porém, como sempre, não me contentei em ficar só por lá, já que eu também já conhecia a cidade. Foi quando vi que tinha uma passagem baratinha de Roma para Tirana, capital da Albânia. Faz tempo que queria visitar esse país, mas a ideia era ir no verão, pois as praias albanesas são maravilhosas! Porém, a viagem estava programada para março, na transição do inverno para a primavera europeia. Mesmo assim, comprei nossas passagens e aproveitei para montar um roteiro um pouco incomum para os turistas brasileiros: incluí, além da Albânia, a Macedônia do Norte, a Bulgária e a Romênia.
Neste post, vou mostrar para vocês como foi a breve passagem por Tirana, onde passamos duas noites.
A Albânia é um país fascinante nos Balcãs, banhado pelo Mar Adriático, e que faz divisa com Montenegro, Kossovo, Macedônia do Norte e Grécia. O país tem uma rica história, cultura vibrante (forte influência mediterrânea), uma gastronomia deliciosa, e é conhecido por suas paisagens deslumbrantes com montanhas e praias paradisíacas.
Sua capital, Tirana, é uma cidade dinâmica que mistura tradição e modernidade, sendo o centro político, econômico e cultural do país. Sua arquitetura é única, com influências otomanas, italianas e comunistas.
Voamos de Roma para Tirana com a companhia aérea Wizzair (36 euros cada). Ao chegarmos ao aeroporto da capital albanesa, apesar de estar viajando com meu cartão Nomad e com alguns euros, por segurança, trocamos um pouco de dinheiro. Porém, não recomendo, pois praticamente todos os lugares aceitam Euro e dão troco nessa moeda ou em Lek (1 euro = 100 Lek), moeda local, e a uma cotação melhor. Em 2024, alguns lugares não aceitavam cartão.
Do lado de fora do aeroporto, pegamos o ônibus (400 Lek cada) que fazia o transfer para o centro, descendo na Praça Skandeberg, principal praça da região central de Tirana. O airbnb que alugamos ficava a menos de 10 minutos caminhando da praça. A cidade é bem servida de táxi, com uma frota bem moderna, inclusive, porém a maioria dos motoristas não falava inglês, mas davam um jeito de se comunicar. Eles ainda não tinham Uber, usavam aplicativos de táxi mesmo.


Quem já me acompanha sabe do meu estilo independente de “turistar”: dou uma pesquisada e saio visitando as atrações por minha conta, além de sempre procurar um “free walking tour” (aqueles tours guiados a pé com pagamentos voluntários). Fizemos o Tirana Free Tour, que saía todos os dias da praça Skandeberg às 10h e às 14h. Perfeito para conhecer um pouco da história e os principais atrativos turísticos. Eles não entram nas atrações, ficam só por fora mesmo. Valeu muito a pena!!E foi assim que exploramos Tirana! Seguem os lugares visitados:
- Atrações turísticas
1 – Praça Skandeberg – foi o ponto de partida do Tirana Free Tour e passávamos por ela várias vezes ao dia, mais central impossível! Nosso guia Eri nos explicou a história da praça e disse que sempre foi um local de manifestações e eventos importantes. Segundo ele, antes tinha uma rotatória, a qual foi coberta e hoje a praça é uma imensa área revestida por granito, sem espaços verdes, rodeadas por edifícios importantes, como o Museu Nacional, e que dá espaço a várias manifestações. Ela representa a união das diferentes partes da Albânia, já que, durante o comunismo, as pessoas só podiam ir de uma cidade para a outra mediante autorização.
O guia explicou que Skandeberg foi um herói nacional que lutou pelo território albanês nos anos 1200 e, em homenagem a ele, uma escultura foi colocada em plena praça. Ele falou também da bandeira do país, na cor vermelha, representando o sangue albanês das diversas guerras e a águia com 2 cabeças do período do Império Romano, o qual era dividido em dois: capital Roma e capital Constantinopla. Disse que a águia é tão importante que o nome que eles usam para o país é “povo da águia”, e que Albânia é o nome internacional.


2 – Museu Nacional – localizado na Praça Skanberg, tem, na sua fachada principal, um mural que representa a Albânia. Nele constam figuras importantes da história, sendo, do lado direito, aquelas do período mais recente e, do esquerdo, as da antiguidade. Não entramos no museu.


3 – Mesquita Et’hem Bey – também fica na Praça Skandeberg e, segundo nosso guia, foi uma das poucas mesquitas que sobreviveu aos ataques dos comunistas. A entrada é gratuita, mas, na saída eles pedem uma gorjetinha de colaboração. Ela é bem pequena, mas achei o interior bem bonito.


4 – Torre do relógio – fica ao lado da Mesquita Et’hem Bey, tendo sido projetada pelo mesmo arquiteto. Em seu topo, após subir quase 100 degraus, é possível ter uma vista bem legal da cidade. Pena que estava em obra, por isso não foi possível subir. Perto dele fica um prédio cuja fachada eu achei muito interessante: o Ministério da Agricultura.


5 – Bunk‘art 2 – é um museu com foco no regime comunista de Enver Hoxha, que governou o país por décadas, e funciona dentro de um bunker (construção de ferro e concreto para proteger contra bombardeios). Portanto, é um museu subterrâneo e meio apertadinho, de modo que aqueles que não se sentem bem em lugares fechados devem pensar duas vezes antes de entrar. Ele fica na região central, perto da Praça Skandeberg, já o outro museu, o Bunk‘art 1, que é bem maior, fica nos arredores da cidade, cerca de 30 minutos de ônibus do centro, mas nada muito difícil de chegar. Como não tínhamos muito tempo, visitamos somente o 2 e, na minha opinião, é uma visita imperdível, pois nos dá uma ideia do que os albaneses passaram durante o período comunista.




6 – Mercado Novo de Tirana (New Bazaar)– foi construído em 1931 no local do antigo mercado (Old Bazaar) e, recentemente, foi reformado e ficou bem mais organizado e atraente. Ele é rodeado por bares, restaurantes e cafés. Lá você encontra gêneros alimentícios, artesanatos e outros tipos de produtos. Muitos vendedores não falam muito bem inglês, mas vendedor sempre dá um jeito de se comunicar. Achei linda as cerâmicas!



7 – The Cloud – o guia do nosso tour nos levou para conhecer um lugar que achei muito legal! É uma instalação feita pelo artista japonês Fujimoto, em 2016, em frente à Galeria Nacional de Arte. A estrutura combina formas geométricas feitas com barras metálicas com transparências. Ela dar lugar a evento culturais.


8 – Rua Murat Toptani – essa rua de pedestre fica perto do The Cloud e foi projetada com notas musicais. É bem movimentada e, ao longo dela, têm bares e restaurantes.

9 – Forte Justiniano (Castelo de Tirana) – sua entrada fica na rua de pedestre (a das notas musicais). O castelo original data dos anos 1300, porém atualmente só sobraram as muralhas. Graças a uma parceria entre a Prefeitura e a família Toptani, ele foi aberto ao público em 2018, com o seu interior todo modernizado, com cafés, restaurantes e bares.


9 – Shopping Toptani – é uma boa opção para banheiro, wifi gratuita e para ver a vista do entorno, além de compras, é claro. Aproveitamos para fazer um lanche.


10 – Grande Mesquita de Tirana (Mosque of Namazgah) – ela fica quase em frente ao shopping Toptani e é a maior mesquita dos balcãs. É gigante e belíssima! Mas ainda estava em construção. Ela só foi inaugurada em outubro de 2024, após mais de dez anos de obra.


11 – Pirâmide de Tirana – antes era um museu do Governo e todos eram obrigados a visitá-lo, ao menos, uma vez por ano. Com a queda do comunismo, ele seria demolido, mas resolveram mantê-lo e foi todo remodelado, ganhando uma arquitetura mais moderna, uma escadaria para a parte superior com uma vista panorâmica da cidade e foi convertido em centro cultural da prefeitura, com alguns escritórios e lanchonetes




12 – Checkpoint – passamos por essa praça, onde têm alguns bunkers e um pedaço do muro de Berlim. A praça fica em frente ao prédio do Parlamento.


13 – Catedral Ortodoxa da Ressurreição de Cristo – sempre passávamos em frente a ela no caminho para o nosso apartamento e acabamos ficando curiosas para conhecê-lo. Achei lindo o interior, pena que estava em reforma.


14 – Catedral de Tirana (Catedral de São Paulo)- Madre Teresa de Calcutá foi a beata mais famosa da Albânia e a fundadora dessa que foi a primeira catedral católica de Tirana.



- Restaurantes
Um dos atrativos da Albânia é a comida. Não tivemos muito tempo para provar todas as comidas típicas que recomendam, mas conseguimos ter um gostinho das delícias da culinária albanesa. Vejam o que comemos:
1 – Restaurante Oda – ele fica próximo ao Mercado Novo e parece uma casa. É um restaurante familiar bastante recomendado para provar comidas típicas. Pedimos byrek, a famosa torta folheada albanesa, e bisteca de porco com batatas. Provei ainda uma cerveja local, a Korça. Achei bem ok, nada imperdível.


2 – Restaurante Era Vila– após muito pesquisar, escolhemos esse restaurante para o jantar de comemoração do aniversário de mainha. Acertamos em cheio, pois estava tudo delicioso e com um preço bem justo. Para a entrada escolhemos um suflê famoso deles. O prato principal escolhido foram almôndegas de carnes diversas com pistache e molho de iogurte. Fechamos com um bolinho para cantar o parabéns. Tudo isso, incluindo o vinho, ficou por U$27. Ele fica em uma área bem moderna, com lindos prédios, dos quais se destaca a Arena Kombëtare, um estádio de futebol com uma fachada bem interessante.





O nosso destino seguinte a Tirana foi Escópia, capital da Macedônia do Norte, país vizinho. Foram sete horas de viagem de van. Aliás, foi uma dureza comprar essa passagem. Tentei pela internet, mas não existe essa opção. Procurei uma rodoviária, mas tinha mais de uma e ninguém sabia informar qual seria a correta. Até que encontrei um centro de informações turísticas, onde me orientaram a comprar as passagens antecipadamente em uma agência de turismo, a Drita Travel, que ficava perto da Praça Skandeberg. Lá nos disseram que a viagem era de ônibus, mas depois aprendi que, quando eles falam ônibus, pode ser uma van, principalmente na baixa temporada, que foi quando estávamos lá.
Na manhã seguinte, pegamos um táxi para a rodoviária que a agência informou, a rodoviária Pallatii Sportit, que fica no meio da rua, perto de um ginásio de esporte, e parecia mais uma garagem, mas era ali mesmo. A sorte que fomos de táxi, pois o taxista nos mostrou o lugar, se fossemos caminhando ou de ônibus, não encontraríamos. Apesar disso, foi tudo bem tranquilo. É que estamos acostumados com um transporte mais organizado, o que ainda não é a realidade deles, mas eles são bem corretos.


A paisagem da estrada é bem bonita, foram três paradas até chegar a Escópia: Librazhd, na Albânia, e , na Macedônia, Struga e Ocrida. Passamos também pelo lago Ohrid, um dos destinos turísticos da região. A van para ainda na imigração na divisa dos países para a apresentação dos passaportes.



Fiquei encantada por Tirana, uma cidade segura, ainda não muito cara para o padrão europeu, rica em história, com uma arquitetura bem interessante e variada, e com pessoas simpáticas e prestativas. Apesar de ser uma cidade relativamente pequena, ela tem um grande potencial turístico. Estão investindo bastante na construção de hotéis e na melhoria da infraestrutura. Ainda precisam melhorar a questão do transporte público e investir no idioma, já que a comunicação em inglês ainda é um das dificuldades na cidade. Confesso que gostei de ter conhecido a cidade antes do boom de turistas que acho que deve chegar em breve.
Pretendo voltar à Albânia no verão europeu para conhecer seu litoral!
Até a próxima!
MAPA:
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Rafa! Adorei seu blog! Amei! Vamos fazer uma viagem independente agora em setembro, pelos Balcãs (duas mulheres). Estou um pouco apreensiva por ser uma área não tão turística. O que você achou? Qual a sua percepção? É seguro? Tem racismo, preconceito? Alguma recomendação especial? Muito obrigada!!!!!
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Que legal que gostou! Eu achei bem seguro. Não me senti ameaçada em momento algum. As pessoas muito receprivas. A recomendação é ficar com internet para usar o aplicativo de tradução, pois eles não são muito bons no inglês. E procurar uma acomodação mais perto das atrações principais. Boa viagem!
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Obrigada, Rafa!!!
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