Não poderia deixar a Inglaterra sem antes visitar a famosa York, cidade medieval no Norte da Inglaterra, na região de Yorkshire, e um dos principais destinos turísticos do país. Meu ônibus (National Express – £24,50 ida e volta) saiu às 7:45 de Liverpool com conexão em Leeds e previsão de chegada em York ao meio dia, mas consegui pegar o ônibus mais cedo em Leeds e cheguei às 11:00. Sempre que chegar a uma estação vale a pena perguntar se não tem nenhum ônibus saindo mais cedo para o seu destino (verificar se é o mesmo ônibus pelo número do serviço), os motoristas costumam ser muito simpáticos e deixam você pegar o ônibus anterior sem problema. Até Leeds o ônibus foi da National Express, mas de Leeds para York foi um ônibus local (aqueles double deck estilo o tradicional ônibus de Londres) e “pinga-pinga”. Mas foi interessante ver as cidadezinhas que ficam no caminho. Ele não para dentro da (1)estação de ônibus de York e sim no ponto de ônibus do lado de fora. Apesar de que não faz muita diferença, pois as estações de ônibus inglesas são minúsculas e com o básico de infraestrutura.
Dei muita sorte, pois o dia estava lindo! 23graus e sol!! Raridade nesta parte da Inglaterra! Fui seguindo as placas e o fluxo de pessoas (muita gente pelas ruas, a cidade recebe muitos turistas, principalmente em dias de sol e calor!) e logo cheguei ao (2) Centro de Informações Turísticas (CIT) de York. Esperava encontrar uma pessoa que me daria um mapa e marcaria nele os principais pontos turísticos, mas o que encontrei foi uma loja de souvenir e um ponto de venda de passeios, mas tinha um senhorzinho muito simpático que entregava aqueles catálogos de propagandas da cidade com um mapa dentro e um monte de anúncios de museus, passeios, lojas e restaurantes. O mapa não era o mais didático, mas era o que ele tinha para me oferecer. Aproveitei e perguntei sobre o Free Walking Tour e ele disse que teria um às 14:15 e o ponto de encontro era em frente a (3) Galeria de Arte de York (York Art Gallery). Não me deu mais dicas e falou para ler as indicações do catálogo. Bom… fazer o que?!

Quando saí do CIT já avistava a (4) Catedral (York Minster), mas o senhorzinho havia me avisado que estava tendo missa e ela só abriria após 13:00. Mas ela chamou tanto a minha atenção que resolvi ir lá tirar umas fotos externas. Fui caminhando aleatoriamente pelas lindas ruas da cidade murada. Tudo muito lindo e cheio de gente! Em toda praça havia um artista fazendo uma performance e as pessoas sempre prestigiando. Cheguei ao (5) Shambles Market, uma feirinha (não muito grande) ao ar livre com todo tipo de coisas: roupas, doces, azeitonas (isso mesmo!!), chapéus e até roupas de exército. Mas não achei nada muito interessante e continuei a andar, até chegar a (6)King’s Square, onde tinha mais um artista de rua. Já era mais de meio dia e não queria parar em restaurante, pois queria andar mais antes do Walking Tour, por isso resolvi fazer um lanche, algo bem inglês (pelo menos é o que os ingleses que trabalham comigo comem na hora do almoço), e comi um cheese scone (um bolinho de queijo, quase uma tentativa de pão de queijo, mas não chega nem perto!) e um blueberry muffin (bolinho de mirtilo – uma frutinha da família das cerejas, mas não muito comum no Brasil) em uma lanchonete bem charmosinha lá na praça. Era o que eu precisava para me dar forças para continuar.

Fui atrás da (7) entrada para as muralhas. O mapa não deixava muito claro, daí resolvi voltar lá no CIT, que ficava pertinho, e perguntar. Eles disseram que ficava logo em frente ao ponto de encontro do Walking Tour. Fui para lá e subi para caminhar nas muralhas. Esse pedaço é a parte original da muralha romana, apesar de que, a guia disse que, originalmente, não era possível caminhar por elas, só após os anos 1900, no período Vitoriano, o caminho (tipo uma calçada com um guarda corpo interno) foi construído, pois acharam que seria interessante fazer a caminhada por lá. No período vitoriano foram feitas várias modificações na muralha, como a relocação de passagens, elevação de alguns pontos, construção de paredes voltadas para a parte interna, dentre outras, mas ainda é possível ver alguns resquícios romanos. Essa parte da muralha contorna a região da Catedral (York Minster), incluindo o parque ((8)Dean’s Park) e as casas, restaurantes e hotéis do seu entorno. As pessoas que moram nessas casas não possuem muita privacidade, pois quem caminha pelas muralhas consegue ver todo o movimento dos seus jardins que ficam atrás das casas. A descida desta parte da muralha fica na entrada de um museu ((9)Richard III Experience, sobre o Monk Bar – £3 a entrada para adulto), mas o dia estava tão agradável que eu estava decidida a fazer um turismo a céu aberto, nada de museus e lugares fechados. Portanto, desci (na altura da rua Goodramgate) pelo Monk Bar, que era a principal passagem para a cidade murada e o caminho que passava por ele levava à Escócia.


Voltei para a catedral, pois já estava aberta para o público, mas a fila estava gigantesca e o preço não era nada convidativo para entrar (£10). Depois fiquei sabendo que a dica é entrar durante as missas, pois não paga. Mas quando fui lá antes, durante a missa, não me deixaram entrar, pois já havia começado. A catedral está sendo restaurada há anos e a previsão é que o trabalho seja concluído no final de 2016, estão trocando algumas pedras e reforçando os vitrais com outras camadas de vidro. Está ficando muito bonita.

Fui, então, para o ponto de encontro do walking Tour e fiquei lá tomando sol no banquinho lendo meu livro. Às 14:15 em ponto, como bons britânicos que são, começou o tour. A guia era uma senhora moradora de York há mais de trinta anos. Começamos pelos jardins que ficam por trás da Galeria de Arte de York, conhecido como (10)Museum Gardens, atual jardim botânico, onde podem ser vistas as (10)ruínas da medieval Abadia de Santa Maria (St. Mary’s Abbey), as quais estão em harmonia com o local, servindo inclusive de bancos e jardineiras, por exemplo. Ainda nos jardins, tem a (10)Torre Multiangular (Multangular Tower), herança romana do séc. 300, que teve sua altura elevada no período vitoriano. Durante o tour, refiz a caminhada pela muralha, mas com as explicações da guia (muitos dos comentários já inseri no texto anteriormente). Descemos e fomos caminhando pela cidade murada e a guia foi contando as histórias da cidade, falando um pouco da arquitetura, das modificações que a cidade sofreu ao longo dos diversos períodos e das diversas invasões (romanos, vizings, dinamarqueses, período vitoriano…).

Paramos na (11) Igreja da Santíssima Trindade (Holy Trinity Church), que fica bem escondidinha, mas é muito interessante, pois dentre outras coisas, como seu piso desnivelado (construído sobre um antigo cemitério), ainda mantém os antigos “boxes” que as famílias usavam nas missas, eram como camarotes no meio da igreja, onde as famílias ficavam durante as missas, garantindo maior privacidade.


A parada seguinte foi no King’s Square, onde eu havia parado antes para comer. Ela disse que lá foi por onde os Vikings começaram sua ocupação. Segundo ela, uma das heranças dos vikings foi a angulação das ruas, já que os romanos construíam ruas retas (ortogonais). Partimos para o final do nosso tour (cerca de 2 horas de duração) na (12) Shambles Street, rua bem estreita, uma das mais famosas da Inglaterra, conhecida antigamente por ser uma área de venda de carnes. Algumas casas (datadas do século XV) são tão próximas, que é possível um vizinho tocar o outro pela janela. Hoje é uma das ruas mais famosas da cidade murada com lojas de souvenir, de roupas, artesanatos e algumas lojas onde eles produzem os famosos toffes e fudges de York, em algumas lojas é possível ver a fabricação e o cheiro de doce é bem forte. Muito legal essa ruazinha! Através dela você consegue chegar aos Shamble’s Market também (pelos becos).

Com o fim do tour, continuei minha caminhada sozinha. O clima continuava uma delícia! Cheguei à (13) torre Clifford (Clifford’s Tower), o que restou do Castelo de York (1068-1069) construído por William O Conquistador, e que serviu de prisão e de casa da moeda real em seu período, foi queimado durante a invasão dinamarquesa em 1069 e reconstruído por William posteriormente. A torre é visitada por turistas em busca da vista panorâmica da cidade.

Segui pelas (14)margens do rio Ouse, onde avistei uma série de restaurantes e pubs com mesas ao ar livre e pessoas tomando suas pints nessas mesas e nas margens do rio. Era hora de parar para a pint do fim do dia. Entrei em um dos pubs e comprei minha lager (preço super justo: £2.05, o preço deve ser tabelado, pois foi o mesmo valor que paguei em Manchester). Fiquei sentada ali nas margens do rio, com as perninhas balançando, vendo os barquinhos passarem e lendo meu livro até dar a hora de ir para a estação. Voltei no meu “pinga-pinga” das 18:00 até Leeds e de lá, peguei o National Express para Liverpool!



Mais informações sobre York: http://www.visityork.org/
Muito show Rafa… Vou ser uma acompanhante fiel das suas publicações… Beijão!
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Brigadão, Larys! Acompanhe mesmo, pois tem alguns lugares que vc vai amar! bjs
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Show de bola Penedo! beijao e aproveita bastante.
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Valeu, Kiko! Bjs
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