Olá, pessoal!
Este é o último post da minha viagem ao Peru em 2011! Falarei de Cusco, da trilha do Salkantay, de Machu Pichu e do Vale Sagrado!
PUNO-CUSCO
Continuei minha peregrinação de ônibus pelo Peru, saindo de Puno com destino à Cusco. Fui, mais uma vez, de Cruz del Sur, mas foi um ônibus diferenciado (123.00 soles), pois fazia paradas em pontos turísticos.

Após duas horas de viagem, chegamos a nossa primeira parada: Povoado Pukara, anterior aos incas (cerca de 300aC) e aos colonizadores portugueses. Eles viviam ao redor do Lago Titicaca e construíram pirâmides. Seus “terrazos” não eram para a agricultura e sim para servir de base para seus templos. Faziam esculturas de animais em granito para buscar a fertilidade e a dualidade. Tudo isso vimos no Museu Lítico, onde estão sendo guardadas as descobertas das escavações que estão sendo feitas há mais de 30 anos no sítio arqueológico Pukara (complexo Kalasaya).


Hoje o povoado também é conhecido pela cerâmica, principalmente os tourinhos (Tourito de Pukara) que são colocados nos telhados das casas, representando boa sorte e dualidade.

Tem ainda uma igreja toda em granito que data do séc. XVI, mas que não foi concluída.

Continuamos nossa viagem e, depois de 1,5hs, paramos no ponto mais alto do tour (4335m), em La Raya que, além de ser a divisa entre Puno e Cusco, é onde nasce, graça ao degelo da neve das montanhas, o rio Vilcanota (Urubamba), o rio sagrado dos Incas, o qual irei encontrar na trilha para Machu Pichu. Esse rio encontra o rio Amazonas.


Depois de mais meia hora paramos para almoçar no restaurante Feliphon , num povoado chamado Sicuani. Foi um buffet maravilhoso com: saladas, ceviche, aji de gallina, lomo saltado, carnes, purê de batata… sobremesas e bebidas quentes.

Seguimos nossa viagem e, em 20 minutos, estávamos no complexo arqueológico Raqchi, construído pelos Incas antes de Machu Pichu (os Incas estavam aprendendo a construir) com pedras vulcânicas (fundação) e imensos tijolos de adobe misturados com pelos de alparca, de llamas, de humanos. Data do século XIII. Foi destruído pelos povos que dominaram a região posteriormente, mais ainda restam os muros do templo com cerca de 15 m de altura e os depósitos, em forma circular, feitos com pedras vulcânicas, ainda é possível encontrar resquícios das habitações. Está sendo restaurado. O templo era dedicado ao Deus Wiracocha.




Depois de mais 1,5hs, fomos para a nossa última parada, no povoado de Andahuaylillas para conhecer a Igreja São Pedro de Andahuaylillas, que data do século XVI, quando os jesuítas, no período colonial, vieram catequizar os índios. Ela está sendo restaurada. É considerada uma das mais belas igrejas do Barroco Cusqueño e conhecida como a “Capela Cistina das Américas”. Recebeu a visita do Papa João Paulo II. Famosos pintores italianos do século XVI, como Michelangelo e Leonardo da Vinci, vieram para ensinar os índios a pintar. Lá dentro é possível observar pinturas e imagens semelhantes ao estilo europeu, mas com alguns toques da cultura andina, já que os índios faziam questão de deixar vivas algumas lembranças de seus ancestrais. Também pode-se ver painéis contando a história de São Pedro e de São Paulo.

Após um dia visitando alguns pontos turísticos, cheguei à Cusco, cidade conhecida por ser o ponto de partida para Machu Pichu, apesar de oferecer vários outros atrativos.
Fiquei hospedada no maravilhoso e gigantesco Hostel Loki Cusco (semelhante a um castelo medieval), o melhor hostel que já me hospedei! Ele tem um bar muito legal e que agrega e anima seus hóspedes, além de uma agência de turismo que oferece maravilhosos passeios. Paguei 33.00 soles na diária do dormitório, com café da manhã incluso.



O centro de Cusco é muito bonitinho, mas não tem muitas atrações. São várias lojas e restaurantes. Os pontos turísticos que visitei foram: a Plaza de Armas e a Catedral (a entrada custava 25.00 soles); a Pedra dos 12 ângulos, que não vale a pena; e o Mercado Central de San Pedro, onde eles vendem de tudo: artesanato, frutas, condimentos, animais para comer, souvenirs, além de ter umas barracas para almoço e lanches. Meio sujinho, mas lotado!





Na minha noite de despedida, fui para uma balada na Praça de Armas, chamada Mama África.
TRILHA DO SALKANTAY E MACHU PICHU
Fui até a agência do hostel para comprar o pacote para a trilha Inca, mas ela estava esgotada (tem que reservar com bastante antecedência). Eles me ofereceram a trilha alternativa: Salkantay (199 dólares) ! São cinco dias de caminhada, subindo e descendo o monte Salkantay, terminando em Machu Pichu. A diferença é que não entra pela “Puerta del Sol”, mas é tão boa quanto! Como eu queria fazer outros passeios, optei por fazer a trilha em 4 dias. O passeio incluía as três refeições (eles cozinhavam para nós) e os acampamentos, além da pousada da última noite. Aluguei um saco de dormir (12 dólares).
A agência fez um briefing na véspera. Cada pessoa podia levar uma bagagem de até 5kg para ser carregada pelos auxiliares e pelas mulas. Quem quisesse levar mais que isso, teria que carregar. A temperatura varia bastante durante a trilha, começando no frio, já que no topo do monte, o qual é nevado, chega a ser negativa, e termina no calor da floresta tropical. Por isso, temos que levar roupa de frio, além de calça impermeável e um calçado próprio para trekking. Em Cusco existem várias lojas de esportes que vendem roupas e acessórios com preços variados. Foi lá que comprei a minha calça impermeável (20 dólares). Carreguei comigo uma bolsa de hidratação com lanches e protetor solar.

O guia me buscou no hostel, de onde fomos caminhando até a praça para encontrar o restante do grupo. Entramos no ônibus (velho) e fomos para Molleplata (mais ou menos 2,5hs de viagem), onde tomamos café da manhã e, em seguida, começamos a caminhada.


O primeiro trecho foi até Sayllapata, onde a tenda estava montada para o nosso almoço. Foram cerca de 4hs com calor e subidas.





Almoçamos (sopa, lomo saltado com arroz) e partimos para a segunda parte, até Soraypampa, onde estava o nosso acampamento. Foi muita subida, frio e a altitude nos tirando o ar. Levamos cerca de 3hs e o total da caminhada do dia foi de 19km.


Chegamos todos acabados ao camping, formado por uma tenda gigante para proteger do vento. Dentro dela tinha a mesa de refeições e as barracas dupla. Minha dupla foi a Adelaide, uma senhora suíça bem legal. Banho? Nada disso! Não tinha chuveiro no acampamento, a limpeza era à base do lencinho umedecido. Tinha que trocar de roupa logo, pois a roupa da caminhada (a camada abaixo da impermeável) estava ensopada de suor. À noite todos se reuniram para a janta e para conversar, sob a luz de lanternas, já que estávamos no meio do nada. Do lado de fora, o céu estava lindamente estrelado e já avistávamos o Salkantay (estávamos na base dele) e outros picos nevados. Tentei dormir, mas não foi uma noite muito fácil, pois fazia muito frio. Tive a maldita ideia de usar a bolsa de hidratação como travesseiro e a água vazou, molhando o colchonete e o saco de dormir por fora. Para piorar, deu vontade de ir ao banheiro durante a noite, o problema é que ele ficava fora do acampamento. Tive que enfrentar o frio e o medo da escuridão!



O segundo dia de caminhada começou às 5:30, quando os guias serviram o chá quente nas nossas barracas. Arrumamos tudo, tomamos café da manhã e, às 6:30 voltamos a caminhar até Huayracpampa, onde íamos almoçar. Foi a parte mais difícil da caminhada. Levamos cerca de 3:30 para chegar ao ponto mais alto (4650m), só de subida e com ar rarefeito. Quando, finalmente, chegamos lá, tiramos fotos, admiramos a vista e lanchamos.





Depois descemos por cerca de 2hs até o ponto do almoço.


Após ele, continuamos nossa descida, agora dentro de uma mata e com calor, até Chaullay, onde estava o nosso camping (esse não tinha tenda cobrindo as barracas e os banheiros estavam podres). Levamos cerca de 3hs para chegar, após 21km de caminhada.




No terceiro dia, começamos a caminhada às 7:30 , cerca de 4hs só descendo, dentro da mata, margeando um rio e com muito calor.

Chegamos até a parada de ônibus, onde pegamos nossa van para um povoado que era a parada para almoço (sopa, arroz, frango e lentilha), descansamos um pouco e fomos para o camping perto de Santa Teresa.

Nesse dia caminhamos por cerca de 8km, passando por Colpapampa e Lluskamayu. No camping me separei do pessoal. O grupo, em um total de 14 pessoas, era maravilhoso: eu, um brasileiro, uma francesa, uma moça do País de Gales, um australiano, uma suíça, duas austríacas, um casal inglês, um casal equatoriano e dois poloneses, além do guia Nicolas, dois cozinheiros e o cara dos cavalos. Do camping, a van me levou até a hidrelétrica, onde peguei o trem para Águas Calientes e me juntei a um novo grupo, do guia Nilton, cheio de brasileiros e com as holandesas que conheci no passeio do Colca Cannyon.


Nessa noite, a dormida não foi em um camping e sim no hostel Ollantay (um quarto com banheiro só para mim), onde tomei aquele banho mais longo do mundo, após dias sem ver um chuveiro!
No último dia, tínhamos duas opções para ir a Machu Pichu: ônibus ou caminhada. Escolhi a segunda opção! Por isso, acordei às 3:30, me arrumei, tomei café no quarto mesmo e fui encontrar o pessoal na frente do outro albergue. Saímos às 4:20. Foram milhões de degraus para subir! Chegamos às 5:40 e esperamos o povo que foi de ônibus. Recomendaria a ida de ônibus mesmo!

Entramos e percorremos o setor agrícola e o urbano de Machu Picchu com o guia que foi dando explicações. Depois o guia se despediu e continuamos sem ele, aproveitando para descansar.





Um pouco antes de subir o WaynaPicchu (9 dólares), já que os nossos tickets eram para às 10:00, tive a péssima ideia de ir ao banheiro. Lá só tem banheiro na entrada. Tive que voltar tudo caminhando e retornar para subir o WaynaPicchu. Foram mais milhões de degraus para cima, algumas partes bem inclinadas. Tinha até caverna para atravessar. Valeu muito a pena, pois o visual é irado!





Na descida, peguei o carimbo para o meu passaporte e retornamos para Águas Calientes pelas mesmas escadarias. Almocei com o grupo em uma pizzaria com vista para o rio.



Fomos de trem para Ollantaytambo, de onde pegamos a van de volta para Cusco. Não queria perder minhas últimas noites peruanas, então me arrumei e fui para o bar do hostel, onde reencontrei algumas pessoas do passeio e fiz amizade com um grupo de belgas. Foi uma noite muito divertida!
VALE SAGRADO
Juntei-me ao grupo de belgas do hostel para ir ao Vale Sagrado. Foi engraçado! A única penetra no meio de um monte de belgas falando a dificílima língua deles! A primeira parada foi em um zoológico para animais recuperados, onde vimos o condor bem de perto e o puma.


De lá fomos para umas ruínas (Ccorao –Pisac), próximas ao rio Urubamba. Nessas ruínas, haviam “terrazas” para a agricultura e alguns templos.



Depois fomos para o Mercado de Pisac, povoado conhecido pela prata. Fomos para uma fábrica de joias em prata. Almoçamos em Urubamba (buffet). Em seguida, partimos para as ruínas de Ollantaytambo, cidade que serve de parada os que vão para Machu Picchu. O lugar foi construído para ser um templo, mas a construção não foi concluída. Depois foi usada como forte.


Fomos então para Chinchero, onde visitamos um lugar onde as artesãs locais fazem o artesanato com lãs (ovelhas, alparcas…), mostrando o passo-a-passo, desde a lavagem até a tecelagem, incluindo a coloração feita com produtos naturais (frutas, raízes e os parasitas do cactos).

E esse foi o final de uma maravilhosa estadia de 15 dias no Peru! Espero que tenham curtido!
Até a próxima!
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Muito massa!
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