Olá, pessoal!
Continuando os relatos da viagem ao Peru em 2011…
Após curtir Arequipa, viajei por seis horas em um ônibus da empresa Julsa (Cruz del sur estava esgotada) com destino a Puno, ao sul do Peru, com algumas paradas intermediárias. O ônibus era legal, mas nada comparável à Cruz del Sur, porém era bem mais barato.
Fonte:https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Peru_-_Puno_Department_(locator_map).svg. Acesso em: 07 jan. 2017
Fiquei hospedada na Kasillo’s Posada, pertinho da Praça de Armas, indicada pela Bárbara, a austríaca que conheci em Arequipa. Como não havia feito reserva, fui tentar uma vaga na hora e acabei conseguindo um quarto só para mim, com banheiro privativo e uma cama de casal gigante (40.00 soles por dia)! Era um lugar bem familiar, com cerca de 10 quartos. Quem tomava conta era uma senhora muito simpática que fazia a pessoa se sentir em casa e oferecia um chazinho quente para esquentar a pessoa a noite. A pousada tinha internet e um delicioso café-da-manhã (pão, manteiga, geleia, ovos mexidos com tomate, leite quente, banana), além de serviço de lavanderia. Mega recomendo!


A cidade não oferece muitos atrativos turísticos. Dei uma volta pela Plaza de Armas e pela calle Junior Lima, um dos principais eixos de comércio de Puno, com restaurantes, souvenires, bancos e outros serviço. Aproveitei para jantar no restaurante “Pizzaria Andina”, onde pedi o menu turístico (18.00 soles): omelete de tomates com torradas (entrada), frango grelhado com batata frita e salada cozida (prato principal), panqueca com creme de leite e chocolate (sobremesa) e chá de folhas de coca. O chá me ajudou muito, pois estava muito mal por causa da altitude de puno (cerca de 3830m acima do nível do mar).

O grande destaque de Puno é o Lago Titicaca, o lago navegável mais alto do mundo (3800m). Fiz o passeio por ele, parando nas Ilhas Flutuantes e na Ilha Taquile (45.00 soles).
Ilhas Flutuantes
O passeio saiu do cais de Puno, sendo a primeira parada em Chumi, uma das mais de 60 ilhas Uros, que são ilhas flutuantes.




O presidente da ilha Chumi nos recepcionou com uma explicação sobre a formação e a construção das ilhas flutuantes. Segundo ele, a base é feita com vários blocos das raízes de Totora que se desprendem do fundo do lago, eles enfiam uma tora de madeira e unem esses blocos com cordas. Em seguida, fazem uma base de 1m de totora molhada (a seca é muito inflamável), intercalando a direção das camadas e depois constroem suas casas, feitas de totora seca.


A cozinha das ilhas é comunitária e é construída sobre uma base de pedra para evitar incêndios.

Para diminuir a umidade dentro das casas, eles fazem um embasamento com mais camadas de totora. A comunicação entre as ilhas é feita através de uma torre que tem em cada uma delas.

O banheiro deles é um buraco feito na totora, o qual, quando fica saturado, é coberto e os excrementos servirão de adubo para as plantas. Para a água, eles fazem um poço em meio às totoras, já que suas raízes servem como filtro. O lixo é coletado por um serviço pago, mas eles produzem pouco lixo não orgânico. Vivem da caça de aves, coleta de ovos, pesca, turismo e artesanato. Ao final da explicação, fizeram uma brincadeira para adivinhar a profundidade do lago e eu acertei: 14m. Ganhei uma medalha em formato de canoa feita em totora.

O presidente explicou os diferentes tipos de embarcações deles e nos levou para passear no maior (como um coletivo) para a outra ilha flutuante que tem lojas e lanchonetes (10.00 soles pelo passeio).


Ilha Taquile
Após 2,5hs de barco desde a ilha Chumi, chegamos à ilha Taquile, onde vive uma comunidade super organizada e tradicional que preserva os costumes antigos. Eles vivem do turismo, do artesanato (os homens são tecelões) e da agricultura de subsistência (terraços).


Eles são tão organizados que cada grupo de turista que chega já é direcionado para um restaurante pré-determinado. Isso porque, apesar de existirem diversos restaurantes na comunidade (são cerca de 3 mil habitantes), para a distribuição de renda ser igual, cada grupo turístico vai para o restaurante que a o chefe local determina. Lá o guia explica sobre as vestimentas típicas da ilha e onde há uma apresentação de ança local.


O almoço foi: sopa de quinoa, com pão de entrada, truta com batata frita e arroz e um chá (20.00 soles).


De lá fomos caminhando até a praça do mercado de artesanato, onde tudo o que é vendido, é anotado e o preço é fixo, não podendo pechinchar, além de que tudo tem 10% de imposto para manter a ilha, e o resto é dividido pela comunidade.

Já de volta a Puno, fui jantar no restaurante Mojsa na Praça de Armas. Eu pedi Lomo saltado (filet de carne em tiras com tomate, cebola, batata frita e arroz) e a chicha morada (um refresco doce à base de um milho roxo). O casal de portugueses que me acompanhou pediu ceviche. Comida muito boa!


Até a próxima!
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