Continuando os relatos sobre minha viagem ao sultanato de Omã em março de 2017, neste post descreverei o maravilhoso passeio que fiz ao BimmahSink Hole e ao Wadi Shab, belezas naturais situadas a menos de duas horas de carro desde a capital Mascate, no sentido sul do país.
Após uma dúvida cruel, decidimos encarar a aventura e ir de carro, ao invés de contratar o pacote turístico oferecido pelo hotel, que custava RO40 (R$400,00) por pessoa! Foi a melhor coisa que fizemos, pois, além de economizar muito, já que cada uma gastou menos de 1/3 do valor do pacote, ganhamos mais liberdade, já que fizemos nossos horários e nosso roteiro.
Renovamos o aluguel do carro (RO17, a diária), compramos uns lanches, carregador de celular para carro, ativamos nosso mapa offline (app Herewego) e colocamos o pé na estrada. Eu fui a motorista, Fabiana a copiloto e tia Elza o apoio! Saímos por volta das 9hs da manhã e retornamos cerca de 18:00, já no horário para ir ao aeroporto. A estrada é ótima, toda duplicada e repleta de radares de velocidade.
Nosso carro!“Pilota”, copiloto e apoio!
No caminho, já bem perto do Sink Hole, encontramos uma praia deserta maravilhosa, não resistimos e paramos para as fotos. Era uma praia que, ao invés de areia, tinha seixos grandes, e a transparência da água, assim como o degradê de azul formado, criava um cenário perfeito para vários registros fotográficos!
Parada para fotos na praiaMar lindo!Água cristalina
Bimmah Sink Hole – após dirigir duas horas desde Mascate (cerca de 113km), chegamos a um parque na vila Dabab, com quiosques para piquenique. Achamos estranho, pois o GPS dizia que era ali que ficava o Bimmah Sink Hole, mas só enxergávamos um parque comum. O Sink Hole fica em meio a um parqueCaminhamos mais um pouco até que, finalmente, chegamos ao tão esperado lago que fica dentro de uma imensa cratera em meio ao parque. É impressionante! Fiquei imaginando como aquele maravilha surgiu ali. Segundo uma placa no parque, existem várias histórias de sua origem, uma delas é a lenda de que a cratera é o resultado da queda de um meteoro. Tanto é que o nome do local em árabe, Hawiyat Najm, significa “A Estrela Cadente”. Já as pesquisas científicas afirmam que é consequência da interação de pedras calcárias dissolvidas que resultam no colapso da camada superficial de terra.
Sink HoleÁgua transparente
Basta descer a escadaria para chegar ao lago de águas mornas e transparentes. Mas, por ser um espaço público, deve-se respeitar as regras e usar roupas compostas. Coloquei uma calça legging e uma camiseta para entrar na água.
Banho delicioso!
A entrada no parque é gratuita e possui estrutura de banheiros, porém o sanitário é meio diferente do que estamos acostumados, é uma bacia turca, ou seja, uma peça de inox embutida no piso, com o local para colocar os pés e uma abertura central. Possui válvula de descarga e ducha higiênica. Meio estranho, mas deve ser mais prático para as mulheres que usam as abayas.
Banheiro público omani
Wadi Shab – é um vale localizado na região de Al Sharqiyah bastante frequentado por turistas e locais, que fica a menos de 30 minutos do Sink Hole, continuando no sentido sul. O carro fica no estacionamento, de onde partem os barquinhos que fazem a travessia (RO 1) que dura cerca de 2 minutos. Mas têm aquelas pessoas mais “roots” que atravessam a pé ( a água bate um pouco acima da cintura). Não teria coragem, pois a água nesse canal é de um verde escuro esquisito.
Barquinho da travessia para o Wadi Shab
Do outro lado do canal começa a trilha que leva cerca de 1 hora (o trecho), para aqueles que, como nós, não resistem às belas paisagens e param diversas vezes para fotos.
Prontas para a trilha do Wabi Shad
No início da trilha as paisagens são mais áridas, com alguns oásis com palmeiras.
Um oásis no meio do nada
Aos poucos, vão surgindo os corpos d’água: cachoeira, piscinas naturais e um exuberante rio de águas verdes em meio ao cannyon formado por rochas.
Cachoeira no meio da trilhaA trilhaOs cannyons
Chega uma hora que a trilha acaba e é preciso nadar até o destino final: uma queda d’água que fica dentro de uma caverna, cuja passagem é através de uma minúscula abertura (ver vídeo).
Trilha pela águaChegando à cachoeira
Por causa da parte que tem que ir a nado, considero a trilha no nível intermediário. Vale a pena levar uma sapatilha, pois tem uma parte com umas pedrinhas que machucam os pés, capinha à prova d’água para celular (esqueci a minha, daí tive que apelar para um saquinho com ziploc) e água mineral (não tem nada para vender lá). Para os que não são muito seguros em nadar, estão disponíveis coletes salva-vidas para aluguel no estacionamento. Lá alguns locais oferecem seus serviços como guia, mas acho desnecessário, pois o caminho é fácil e tem muitas pessoas para seguir.
Foi um passeio maravilhoso que só me deixou com gostinho de quero mais! Terei que voltar a Omã para explorar mais suas riquezas naturais!