Chapada Diamantina – BA em versão light!

Olá, pessoal!

Neste post apresentarei uma opção leve/moderada para quem quer conhecer um pouco do Parque Nacional da Chapada Diamantina, região serrana do estado da Bahia, com uma grande diversidade de trilhas, grutas, cachoeiras e outros atrativos naturais. Tem passeios leves, moderados e pesados, com trilhas de alguns minutos e outras que levam dias.

Foi minha segunda vez na Chapada e, dessa vez, fui com minha família: mãe, tia, amiga da tia, irmãos e cunhada. Como a maioria não estava com bom preparo físico, procuramos trilhas leves.

Escolhemos como base a cidade de Lençóis, a 880km de Maceió (onde moro), pois é uma das cidades da região que possui uma melhor estrutura para receber turistas, com uma grande variedade de hotéis/ pousadas, restaurantes e lojinhas. Ficamos hospedados na Pousada Bons Lençóis, muito bem localizada, a cerca de 200m do centrinho da cidade, com quartos confortáveis e um ótimo café-da-manhã!

Como chegamos no início da tarde, não tínhamos muitas opções de trilhas para fazer. Seguindo a indicação do dono da pousada, fomos conhecer o Ribeirão do Meio, um tobogã natural cujo acesso é através de 30 a 40 minutos de trilha fácil-moderada. A entrada para a trilha fica dentro da cidade de Lençóis e é gratuita. A trilha não tem sinalização, por isso recomendo contratar um guia, apesar de, aparentemente, o caminho ser simples, existem algumas bifurcações que podem confundir.

Tobogã do Ribeirão do Meio
Ribeirão do Meio

E isso ocorreu com a gente. Fomos sem guia, no final da tarde, seguindo o caminho da trilha,até que ficamos na dúvida em uma bifurcação e um rapaz que estava passando disse para irmos por um caminho que seria mais fácil. Fomos por ele, mas chegamos em um lugar que dava para ver o poço do Ribeirão, mas a descida era difícil, já que tínhamos que escalar as pedras. Me separei da minha mãe, minha tia e da amiga dela para ver o local de perto. A ideia era encontrá-las na volta no meio da trilha, mas  não encontrei o caminho de volta. A minha sorte foi uma dinamarquesa que me mostrou o caminho, mas não era o que eu estava procurando. Felizmente, encontrei um grupo que estava voltando da cachoeira do Sossego. Eles me acolheram e me levaram de volta, mas por outra trilha, ou seja, não encontrei meu pessoal. Tive que descer a trilha do Ribeirão sozinha até encontrá-las. Já estava escurecendo e elas estavam super preocupadas sem notícias minhas! Mas, felizmente, deu certo!

Após o susto na trilha de Ribeirão do Meio, resolvemos contratar um guia, o Marcio Ribeiro (@marcio._.ribeiro), membro da associação de guias locais, indicado pela pousada, e fechamos dois pacotes com ele: a) Dia 1 – Poço do Diabo, Gruta da Fumaça, Morro do Pai Inácio e Pratinha; b) Dia 2 – Cachoeira do Mosquito e Poço Azul. Ele oferece a opção do guia com carro e só o guia. Como estávamos de carro, contratamos só o guia. No dia 1 ficou R$160,00 para dividir pelas 4.  Já no dia 2, quando estávamos em 7, ficou por R$210,00. O pacote não inclui as taxas das atrações e nem o almoço, é apenas a remuneração do serviço do guia. O pacote do dia 1, por exemplo, se fosse com o carro do guia, ficaria por R$350,00. Nos dois dias, saímos às 8:30 e só voltamos às 17:30.

DIA 1

  • Poço do Diabo – é um lugar lindo com um maravilhoso banho de cachoeira. A trilha é intermediária, com vários trechos de subidas em pedra, mas nada que uma mãozinha do companheiro não resolva. Para aqueles que não estão com um fôlego muito bom, basta ir no “devagar e sempre”. Para os que estão sem pressa, a trilha dura cerca de 40 minutos, para os mais apressadinhos e com um preparo melhor, em 20 minutos dá para chegar no banho. Mas recomendo ir mais devagar admirando a paisagem, que é linda! Nesse caso, o auxílio de um guia é fundamental, pois são vários caminhos e é muito fácil de se perder. O acesso é gratuito, através do restaurante Mucugezinho com lojinha de artesanato, que fica às margens da rodovia BR-242 que leva a Lençóis. Logo no começo tem o Mucugezinho, também conhecido como Poço do Pato (não precisa de guia para esse), com um apoio com mesas e lanches.
Início da trilha para o Mucugezinho (Poço do Diabo) e Poço do Pato
Poço do Pato
Caminho para o Poço do Diabo
A trilha para o Poço do Diabo
O Poço do Diabo
O quarteto no mirante do Poço do Diabo
Banho delicioso no Poço do Diabo!
  • Gruta da Fumaça – é uma caverna no município de Itaquara, próxima à BR 122, com maravilhosos exemplares de estalactites e estalagmites (formações rochosas de carbonato de cálcio). Você pode está se perguntando: é uma gruta ou uma caverna? Ou… qual a diferença entre gruta e poço? Segundo o guia local, é uma caverna, mas como os antigos sempre chamaram de gruta, ficou gruta mesmo. Ele disse que a diferença entre gruta e caverna é que naquela a pessoa entra por um lado e sai por outro, já na caverna entra e sai pelo mesmo lugar. Ela fica a 65km do centro de Lençóis e o passeio custa R$25, o que inclui o guia local (o nosso guia não entra, pois tem que ser o específico da gruta), capacete (com a toquinha higiênica que nos deixa horríveis!) e a lanterna. Não tem trilha para chegar à caverna e lá dentro o caminho é fácil, com alguns pequenos trechos de subidas nas pedras, mas tem que ter cuidado para não danificar as formações rochosas. Ela fica perto da Gruta Lapa Doce, outro local bastante procurado para observar as estalactites e estalagmites, porém com uma caminhada mais longa. Paramos lá só para almoçar, pois tem um restaurante self-service bem legal!
Curta caminhada na caatinga para chegar à gruta
Entrada para a Gruta da Fumaça
O quarteto todo equipado com as estalactites e estalagmites ao fundo
Belíssimo conjunto de estalactites
Estalactites e estalagmites se encontrando
  • Morro do Pai Inácio – é o morro mais conhecido da Chapada Diamantina, parada obrigatória para aqueles que querem admirar uma vista panorâmica da Chapada. Ele está a cerca de 1150m acima do nível do mar. Mas não se assustem, pois não vai ser necessário subir isso tudo. Após sair da BR-242, sobe cerca de 1km de carro, em uma estrada de barro, deixa o veículo na base, onde tem um artesanato pequenininho e um apoio com algumas bebidas e lanches, mas tudo bem simples. Lá também fica a “portaria”, onde o visitante paga a taxa de R$6 e assina o livro. A partir dali, é pernas para que te quero! Os que estão com pouco preparo vão sofrer um pouco com a subida nas pedras, mas nada absurdo. Basta usar a tática do “devagar e sempre”, parando para respirar e admirar a vista. A subida leva entre 10 e 20 minutos, dependendo do preparo. Vale muito a pena, pois a vista do alto é de impressionar! Muitos vão para ver o pôr do sol, horário que tem até congestionamento de turistas. Por isso e também por causa do mal tempo, preferimos ir logo pela manhã. Não é necessário guia.
Subida no Morro do Pai Inácio
Vista do topo do Morro do Pai Inácio
Cruzeiro no topo do Morro do Pai Inácio
Contemplando a vista!
Galera com o Morro do Camelo ao fundo
  • Pratinha – é um balneário localizado na Fazenda Pratinha, que fica a cerca de 50km do centro de Lençóis. A entrada custa R$30, o que dá direito a observar as belezas, inclusive a Gruta Azul, e mergulhar no rio, mas a tirolesa e a flutuação na gruta de águas transparentes possuem custos adicionais. Fizemos o básico: as fotos no topo da pedra junto à tirolesa e na entrada da gruta da flutuação, e nadamos no rio. Mas, só isso já vale muito a pena! O lugar tem uma boa infraestrutura de bares, lanchonetes, banheiros e lojinhas. Confesso que fiquei meio surpresa em ver essa riqueza natural explorada como uma propriedade privada. Apesar de termos ido com um guia, pois fazia parte do pacote, dá para fazer esse passeio independentemente.
Vista da pedra ao lado da tirolesa
Quarteto no mirante da Pratinha
Descida para a gruta da Pratinha
Gruta da Pratinha
Área para flutuação (custo extra)
Banho no rio da Pratinha
Deck para o rio da Pratinha

DIA 2

  • Cachoeira do Mosquito – distante cerca de 15km do centro de Lençóis, tem como base a Fazenda Santo Antônio, local com restaurante e onde é feito o pagamento da taxa de R$15 para visitar a cachoeira. Antes de chegar ano local onde ficam os carros e onde começa a descida para a cachoeira, tem um mirante para as fotos. A descida é tranquila, basta tomar cuidado para não escorregar, mas, como tudo que desce sobe, tem que guardar fôlego para a subida da volta. São vários degraus, mas, naquele velho “devagar e sempre”, e parando para recuperar o fôlego, dá para chegar bem. O caminho é fácil, por isso não é fundamental a presença do guia. Apesar de não ter um poço/ lago para nadar, a “ducha” da cachoeira é uma delícia!
Cachoeira do Mosquito vista do mirante
Família reunida no mirante
Cachoeira do Mosquito
Ducha na cachoeira do Mosquito
Galera reunida na cachoeira do Mosquito
  • Poço Azul – um lugar lindíssimo, com uma água inacreditavelmente transparente que, ao entrar em contato com a luz do Sol, fica com um tom azul de impressionar! Fica em Nova Redenção, distante cerca de 90km de Lençóis. É cobrada uma taxa de R$30 para 15 a 20 minutos (depende da quantidade de visitantes no dia) de flutuação no poço, incluindo a máscara, o snorkel e o colete salva-vidas. Vale muito a pena e é bom levar uma máquina fotográfica a prova d’água ou uma capinha estanque, pois as fotos ficam belíssimas. Eles possuem um pessoa para fotografar embaixo d’água, mas, quando fui, o rapaz não tinha ido, pois estava na faculdade (heheheh)! No local tem um restaurante self-service e lanchonete, o que é legal, pois tem espera para a flutuação, já que são grupos pequenos e sempre tem muita gente.
Acesso ao Poço Azul
O Poço Azul
Família na flutuação no Poço Azul
Fim dos 15 minutos de flutuação

CENTRO DE LENÇÓIS

O centrinho de Lençóis é uma graça, com suas ruas em pedra e suas casinhas coloridas! Possui várias opções de locais para comer: pizzarias, restaurantes de massa caseira, de comidas típicas, de comida japonesa, de hambúrguer artesanal, tapiocaria, creperia … Eles ficam concentrados, principalmente, na avenida Rui Barbosa, na rua Antiga das Pedras, na rua Miguel Calmon e na “rua da Baderna”.

Rua da Baderna
Rua das Pedras (transversal da Baderna)

Seguem os locais onde comemos:

  • Tratoria Bell’Itália – cantina italiana com deliciosas massas e pizzas. O preço é ótimo!
Restaurante Bell’Italia
  • Garimpo Café – bem simplesinho, mas com uma comida regional maravilhosa e super barata! Comemos tapioca (a partir de R$7), cuscuz de milho recheado (R$5), aipim (macaxeira) com queijo coalho (R$8), achocolatado quente (R$4), cafezinho (R$1) e chá (R$2).
  • Restaurante O Bode – um self-service simples, mas bem movimentado, que serve carne de bode e outras opões de carne e de acompanhamentos. Ótima opção para quem está com pressa para comer.
  • Restaurante Maria Bonita – serve bruschetta, massas e pizzas. A comida demorou para chegar e achamos um pouco caro.
  • Restaurante Grisante – meus irmãos comeram lá uma carne de sol e disseram que estava muito boa e a porção era bastante farta!

Espero que as dicas sejam úteis! Mas destaco a importância de contratar um guia, pois, mesmo as trilhas mais fáceis, podem trazer surpresas, já que, para estimular a contratação de guias, as trilhas não são sinalizadas.

Até a próxima viagem!

SITE ÚTIL:

http://www.guiachapadadiamantina.com.br/

 

2 comentários

  1. Viagem para quem tem preparo físico,pois mesmo as trilhas fáceis demandam um bom condicionamento.
    Pedra do Pai Inácio quem tem bom preparo e nao tenha medo de altura senão não rola!
    Trilha para Cachoeira do Diabo com muitas pedras na trilha difícil acesso mas vale a pena !
    Gruta e Poço Azul imperdíveis
    Viagem fantástica,imperdível!

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