Olá, pessoal!
Continuando meu relato sobre a viagem ao Uruguai, neste post irei transmitir um pouco das minhas experiências em Montevidéu, passando dicas sobre transportes, dos lugares onde me hospedei, dos restaurantes e bares que frequentei, dos locais para fazer compras que conheci e algumas dicas importantes para “sobreviver” na capital uruguaia.
A primeira coisa a se fazer ao chegar em um aeroporto, rodoviária, porto… de qualquer cidade é ir ao balcão de informações turísticas para pegar um mapa e demais informações importantes para um recém-chegado à cidade. Foi o que fizemos. Logo na saída do desembarque, à direita, fica o centro de informações turísticas do Aeroporto Internacional de Carrasco em Montevidéu. A moça foi bastante prestativa e nos ajudou muito. Nos deu um mapa onde marcou os principais pontos a visitar e nos deu a dica de pegar o ônibus para o hotel, que sai muito mais barato que o táxi ou a van.
As opções são:
- Ônibus – como chegamos às 11:30 da manhã e estávamos com pouca bagagem, foi tranquilo para pegar o ônibus. A parada fica próxima à porta de saída do aeroporto e o ônibus para Pocitos é o DM1 – Punta Carretas, que vai até o shopping Punta Carretas. Ele é da empresa CUTCSA, não possui espaço para guarda de malas e o espaço entre as poltronas é um pouco apertado. O ônibus é meio antigo, mas confortável. A passagem custa 55 pesos (R$7,00). Ele nos deixou bem próximo do nosso hotel e a viagem levou cerca de 45minutos. Na madrugada não tem esse ônibus.

- Táxi – a viagem para Pocitos fica em torno de 1200 pesos (R$150,00). O Hotel Ermitage oferece aos hóspedes um táxi para o aeroporto por 800 pesos (R$100,00).
- Van compartilhada – serviços oferecido nos guichês de táxi oficial e fica por cerca de 400 pesos (R$50,00) por pessoa;
- Uber – no aeroporto você pode acessar a rede wifi gratuita e chamar um Uber. Eu optei pelo Uber na volta, já que meu voo para o Brasil foi de madrugada. A viagem saiu por 500pesos (cerca de R$60,00) e levou menos de 30 minutos;
- Aluguel de carro – logo no desembarque, existem alguns guichês para o aluguel de veículos. Lembrando que o Mastercard e o Visa oferecem o seguro do veículo se o aluguel for pago com o cartão da bandeira deles.
HOSPEDAGEM
Quando estávamos pesquisamos sobre Montevidéu, lemos que o centro fica meu esquisito pela noite, por isso optamos por Pocitos, perto da praia, região com mais movimento. Foi a melhor coisa! Além da agradável orla do rio del Plata, o bairro é seguro para caminhar, tanto pelo dia, quanto pela noite, e possui vários bares, restaurantes e fica próximo dos shoppings Punta Carretas e Montevidéu.
- Hotel Ermitage – fizemos a busca pelo booking.com e a melhor opção foi esse, um quatro estrelas e a uma quadra da praia. Além disso, tem um ponto de ônibus na frente (na Praça Tomás Gomensoro) e várias opções para comer no entorno. A diária, com um maravilhoso e farto café da manhã, ficou por U$65. O pessoal da recepção é muito prestativo e eles oferecem várias opções de passeios em convênio com umas agências de turismo. Fizemos dois e foram muito bons!
Plaza Tomas Gomensoro em frente ao Hotel Ermitage - Pocitos Hostel – quando minha mãe voltou para o Brasil, mudei para um hostel para conhecer pessoas novas e arrumar parceiros de caminhada. Fiz a pesquisa pelo hostelworld.com, mas procurei apenas por Pocitos, pois não queria sair daquela área. Encontrei três e fui visitá-los pessoalmente para escolher o que mais me agradava. Pela localização, fiquei com o Pocitos Hostel, mais próximo do Boulevard España, por onde passam vários ônibus que levam às diversas partes da cidade. Apesar de ter uma boa avaliação no hostelworld.com (Nota 8.5), não ficaria outra vez e nem o recomendaria para outras pessoas. O que observei, pelos 3 albergues que visitei é que todos ocupam construções antigas e seu mobiliário também é antigo e não muito bem conservado. O dormitório para 8 camas custa 11 dólares e não aceitam cartão de crédito, mas o pagamento pode ser feito em pesos uruguaios, pesos argentinos ou em real. A cotação do real deles estava boa. O café da manhã é estilo continental (pão, geleia, doce de leite, manteiga, leite e cereal), mas bem desorganizado: as comidas eram colocadas de qualquer jeito no balcão e quando acabava, tínhamos que ir atrás deles para repor; e café acabava logo e quem quisesse água ou leite quente tinha que ir até a cozinha esquentar. Também não entendi a divulgação de que é um Hostel que utiliza produtos orgânicos, já que as únicas coisas que serviam eram todas industrializadas e compradas no supermercado que ficava lá perto. Eles pecam muito pela limpeza e pelo atendimento. Sempre que pedia uma informação, falavam para buscar na internet. Bom, mas os hóspedes, pelo menos, eram muito legais. No meu segundo dia, conheci o Lincoln, de São Paulo, que me fez companhia nos passeios dos últimos dias. Mas foi tudo tranquilo no final e acredito que foi melhor do que ficar isolada em um hotel.
RESTAURANTES E BARES
Fiquei impressionada com os preços de comidas e bebidas no Uruguai, não apenas nos restaurantes, mas nas comidas de rua e nos supermercados também. O que ameniza um pouco nos restaurantes é o desconto do cartão de crédito (ver DICAS ÚTEIS), mas, mesmo assim, os custos são bem mais altos que no Brasil.
Pela proximidade com o Brasil, não tem nenhuma comida muito diferente, mas o que é mais típico lá é o churrasco, a milanesa, o chivito (sanduíche), o doce de leite e a faina (uma torrada diferente). A seguir alguns bares e restaurantes que frequentei:
- Restaurante Costa Azul – vi mais de um pela cidade, mas o que eu fui ficava a 3 quadras do hotel, em Pocitos. Tem um cardápio diversificado, comida farta, boa e com preço justo. Mas cobram 70 pesos (R$9,00) pelo cubierto;


- Restaurante El Palenque do Mercado do Porto – famoso pelo churrasco, mas serve também outros tipos de comida, como polvo, por exemplo. Decidimos ficar no balcão, olhando para a hipnotizante churrasqueira giratória, onde são preparados os pratos (inclusive o polvo). Escolhemos dois tipos de carne: picanha e matambre (uma carne recheada com bacon, ovos, cenoura e outras verduras). As carnes estavam divinas e numa quantidade bem boa, mas eles economizam muito nos acompanhamentos, além de ser apenas um por prato, vem muito pouco. A batata frita vem contada e o arroz vem um montinho pequeno. A conta, como esperávamos, foi bem salgada. Cobram 70 pesos (R$9,00) de cubierto por pessoa, independentemente de se você senta no balcão ou na mesa. Ele não abre às segundas;


- Restaurante Ruffino – uma cantina italiana com ótima comida e preço justo (não cobram cubierto no almoço). Eles oferecem o menu do dia, um combinado com entrada, prato principal e bebida por 340 pesos (cerca de R$40,00) . Se quiser adicionar a sobremesa, cobram mais 40 pesos (R$5,00) ;
- Restaurante Alberto’s – fica na avenida Luís Alberto Herrera (bairro Buceo), conhecida pelos badalados barzinhos que só enchem depois das 22:00. A pizza é deliciosa e não cobram os danados dos cubiertos.

- Restaurante Del Via – fica no Mercado Agrícola e tem deliciosas massas artesanais. O preço é ótimo e não cobram cubierto, pois fica na praça de alimentação do Mercado.
- Tranquilo Bar – barzinho simples, mas bem movimentado. Lá provamos o tradicional chivito e o pudim com doce de leite. Não cobram cubierto, mas o preço do Chivito é um absurdo para um sanduíche de carne com queijo, alface, tomate, ovo, bacon e maionese (um cheese tudo) com batatas fritas. É o valor cobrado na maioria das sanduicherias. Fica em torno de R$40,00!


- Il Mondo de la Pizza – uma rede espalhada pela cidade. Fui na que fica no bairro do Prado, perto do monumento Saravia. Cardápio variado: chivitos, hambúrgueres, pizzas, milanesas, carnes… Fomos de chivitos (mais uma vez pagando o absurdo de 365 pesos – R$45,00)!). A comida é gostosa e o lugar é bem agradável, como uma lanchonete grande!
- Baar Fun Fun – um tradicional bar no centro da cidade, com apresentações de Tango e Candobe (mistura de música africana com salsa). Achei muito legal! Apesar de ter muitos turistas, principalmente brasileiros, estava com mais cara de bar do que de casa de espetáculos, como acontece com os shows de tango para turistas em Buenos Aires. Além disso, o preço é super justo. A entrada custa 250 pesos uruguaios (R$30,00) e dá direito a uma uvita, bebida típica (licor de vinho) que, no cardápio, custa 60 pesos (R$7,50) . O lugar é bem pequeno para a quantidade de pessoas, tanto é que as mesas ficam bem próximas uma das outras. Tem que chegar cedo. Chegamos às 22:00 e não tinham mais mesas disponíveis, por isso ficamos na área próxima ao bar, com um balcão para apoiar as comidas e as bebidas. Mas depois conseguimos uma mesa. Os shows são muito bons e a galera bem animada!

COMPRAS
No momento, o Uruguai não é um bom lugar para os brasileiros fazerem compras, devido aos altos preços e à desvalorização do real. Também não vi nada diferente, a não ser a moda dos sapatos com plataformas gigantescas. Mesmo assim, fui a shoppings e a feiras:
- Feira do Parque Rodó – ela é montada todo domingo em uma parte do parque. Chegamos no finalzinho da feira, já que eles começam a desarmar por volta das 15:30. Não achamos muito legal. Tem muita roupa, mas não pareciam de boa qualidade. É uma feira bem popular;

- Feira Tristan Narvaja – seu eixo principal fica na rua Tristan Narvaja (transversal da 18 de Julio) e se ramifica pelas ruas do entorno. Ela é imensa e tem de tudo. Achei um passeio interessante como turismo, mas não para compras. Para não dizer que não comprei nada, comprei dois ímãs de geladeira. Ela também é montada apenas aos domingos.

- Montevideo Shopping – é bem pequeno e também não tem nada demais. Parece ser mais popular que o Punta Carretas, apesar de ter algumas lojas semelhantes, como a Zara por exemplo. Ele dá acesso a um cassino;
- Shopping Center Punta Carretas – o prédio antes era um presídio. Ele foi remodelado e hoje é um dos maiores shoppings da cidade. Internamente, não tem nada demais. Hoje os shoppings estão bem “globalizados”, ou seja, todos têm, basicamente, as mesma lojas.

TRANSPORTE
O deslocamento por Montevidéu é muito fácil, tanto para quem vai alugar carro, quanto para quem vai usar táxi e/ou ônibus (não existe metrô).
- Ônibus – foi a melhor forma que achei de percorrer a cidade. Além da cidade ser bastante ortogonal, facilitando a localização, as atrações são bem próximas, a opção de ônibus é bem grande e as pessoas na parada e dentro dos ônibus ajudam muito. Mas fica mais fácil se você tiver um mapa em mãos. Os ônibus, apesar de não serem tão modernos, são bem tranquilos e seguros. A passagem custa 28 pesos (R$3,50) . Alguns ônibus possuem cobrador e em outros o pagamento é feito ao motorista. A entrada é pela frente. Outra dica é ir até um dos centros de informações turísticas e pedir o número dos ônibus para cada atração. Tem mapa que vem com o número dos ônibus e existe um aplicativo (Como ir) da prefeitura que informa qual ônibus pegar e os horários para o destino desejado;
- Táxi – não achei caro, pelo dia, a corrida começa a 20.20 pesos (menos de R$3,00). Os táxis de Montevidéu possuem uma divisória para proteger o motorista e evitar que eles se distraiam com a conversa. A maioria deixa a tabela com os valores visíveis, já que o que aparece no taxímetro não é o valor a pagar e sim um número para você olhar na tabela quanto irá pagar. Mas, ao final, o taxímetro mostra o valor em pesos também. Porém, achei que tem pouco taxi na cidade, pelo menos nas áreas como Pocitos e pelo Porto, principalmente aos domingos! Mas em algumas atrações turísticas e nos shopping centres existem ponto de taxi. Também tem o aplicativo voyentaxi;

- Uber – uma alternativa que vale a pena para trajetos mais longos, como para o aeroporto por exemplo, já que, como a conta vai para o cartão de crédito e o câmbio é o da data de fechamento do cartão de crédito, há a incidência de IOF. Ainda não recebi minha fatura, portanto não sei quanto ficou. Mas para o aeroporto valeu a pena, pois a diferença em relação ao táxi foi muito grande. Para a vinícola Bouza também vale a pena (custo), segundo um casal que conheci, mas o problema é a volta, pois não ficam muitos carros Uber pela região da vinícola (mais afastada de Montevidéu), e demora bastante para chegar;
- Bicicleta – é legal para percorrer a Rambla (calçadão) e para passear pelos parques, mas a cidade tem poucas ciclovias e os ciclistas acabam pedalando em meio aos veículos (não acho muito seguro). Tentei alugar uma, mas as opções que apareceram eram muito caras: vi por 350 pesos (R$44,00) por 4 horas e por 5 dólares a hora. Mas, na verdade, eu queria aquelas bikes que podem ser pegas em um lugar e entregues em outro, o que só existe na Cidade Velha. São as bicicletas Movete, que para usar é preciso um cadastro nos Centros de Informação Turísticas e a compra de um cartão. Não achei interessante, já que a área de abrangência é bem pequena e é melhor percorrê-la a pé para não ficar passando pelo meio das pessoas com a bike. Uma orla comprida e agradável como a de Montevidéu merecia muitas dessas bicicletas!

DICAS IMPORTANTES
Seguem algumas dicas extras que irão facilitar sua sobrevivência no Uruguai:
- DINHEIRO – a moeda local é o peso uruguaio, mas muitos lugares aceitam real, dólar e peso argentino. Praticamente todos os passeios turísticos, assim como a diária das acomodações, são em dólar. Porém, para os táxis, para os ônibus e para alguns estabelecimentos comerciais, será preciso peso uruguaio. A cotação média estava em torno de 8 pesos para cada real. São várias as casas de câmbio espalhadas pela cidade. Ainda no desembarque, no aeroporto, próximo às esteiras das malas, tem uma casa de câmbio (Global). Ela possui a pior cotação! Para se ter uma ideia, na Global a cotação estava 7,32, enquanto que no centro da cidade na Columbusnet S.A. por 8,50. Mesmo assim, do lado de fora do desembarque tinha outra casa com uma cotação um pouco “menos pior” que a da Global: 7,80. Assim, a dica é trocar só o necessário para o táxi ou o ônibus para ir ao hotel e depois trocar no centro com uma cotação melhor. Lembrar que muitas casas de câmbio não abrem aos fins de semana, portanto, nesse caso, troque um pouco mais. Os gastos de restaurantes não serão em espécie, pelo motivo que explicarei a seguir. Portanto, troquem dinheiro para transporte, pequenas compras e passeios. Para evitar as taxas do cartão, pode pagar a acomodação com efetivo também. Se bem que ainda não recebi a fatura do meu cartão para saber se ficou mais vantajoso pagar no cartão.
- DESCONTO EM RESTAURANTES PARA PAGAMENTO COM CARTÃO DE CRÉDITO – está vigente desde 2013 (a princípio, vale até 21 de abril de 2017) uma lei para estimular o turismo no Uruguai isentando o IVA (imposto). Uma das vantagens dessa lei para os turistas é a devolução de 18,5% do IVA quando a conta dos restaurante é paga com cartão de crédito, desconto que já sai na hora e é possível conferir no recibo do cartão. Pode colocar a gorjeta no cartão também, mas o desconto não incide sobre ela. Essa lei oferece outras vantagens: IVA zero em diárias de hotel, independente da forma de pagamento; ao pagar o aluguel do carro com cartão de crédito, também há a devolução dos 18,5% do IVA; devolução de 10% de IVA no pagamento de aluguel de temporada com cartão de crédito; devolução total de IVA para compras em lojas cadastradas; e pagamento de pedágio em real, dólar ou peso argentino;
- CUBIERTO – Essa taxa de “cubierto” é cobrada em praticamente todos os restaurantes do país. É uma taxa para a colocação dos copos, talheres, pratos… Isso mesmo! Algo meio estranho para nós brasileiros, mas vem sendo cobrado no país há muitos anos. Normalmente, varia entre 50 (R$6,00) e 90 pesos (R$11,00), mas nos restaurantes mais chiques pode chegar a 120 pesos (R$15,00). No começo, achávamos que eles estavam cobrando pela cestinha de pães que colocam quando sentamos à mesa. Mas não era, já que a cestinha é “grátis”;
- GULOSEIMAS URUGUAIAS– uma ótima pedida para quem quiser comprar doce de leite, alfajor e vinho para dar de presente e/ou para consumo próprio é ir a um supermercado, onde você encontra uma grande variedade e ótimos preços!
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